domingo, 29 de abril de 2012

PEDRO AMÉRICO: SE ESTIVESSE VIVO COMPLETARIA 169 ANOS!


Hoje, dia 29 de abril, é comemorado o dia em que nasceu o famoso pintor Pedro Américo. Se ele estivesse vivo, completaria hoje 169 anos!


Pedro Américo de Figueiredo e Melo (Areia, 29 de abril de 1843 - Florença, 7 de outubro de 1905) foi um pintor, romancista e poeta brasileiro.


Biografia

Filho de Daniel Eduardo de Figueiredo e Feliciana Cirne, Pedro Américo era irmão do também pintor Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo. Nasceu em uma família ligada às artes na cidade de Areia no estado da Paraíba, ainda que de escassos recursos, e desde cedo encontrou em sua casa o estímulo necessário ao desenvolvimento de seu talento precoce, incluindo na música, ensinada pelo seu pai Daniel, que era violinista, e que o introduziu também no desenho apresentando-lhe livros sobre artistas célebres.

Logo a fama do pequeno prodígio se espalhou pela cidade, e quando ali chegou em 1852 uma expedição científica liderada pelo naturalista Louis Jacques Brunet, este foi visitá-lo e pôde apreciar uma série de cópias de obras clássicas realizadas pelo menino, o que foi causa de pasmo no viajante. Querendo testá-lo para comprovar a habilidade que se apregoava, arranjou uns objetos e fez Pedro Américo desenhá-los em sua presença, e ele os reproduziu com grande semelhança. Impressionado, Brunet decidiu levá-lo consigo como desenhista em sua expedição. Entusiasmado, o jovem artista acompanhou o sábio francês por uma viagem de vinte meses cruzando boa parte do Nordeste brasileiro.Em 1854, com 11 anos, foi mandado para o Rio de Janeiro, para estudar no Colégio Pedro II, destacando-se entre os colegas por sua aplicação e inteligência. Ingressando na Academia Imperial de Belas Artes, seu progresso foi igualmente brilhante, conquistando 15 medalhas e prêmios, e mesmo antes de terminar o curso obteve uma pensão do Imperador Dom Pedro II para ir aperfeiçoar-se na Europa.

Lá demorou-se de 1859 a 1864, cursando a École des Beaux-Arts de Paris, o Instituto de Física de Ganot e a Sorbonne, sendo discípulo de Ingres, um dos maiores nomes do neoclassicismo francês, e também de Coignet, Hippolyte Flandrin e Horace Vernet. Durante sua estadia européia visitou outras capitais a fim de ampliar seus horizontes culturais.


Primeiros sucessos

Regressando ao Brasil, venceu um concurso para professor da cátedra de Desenho da Academia com a obra Sócrates afastando Alcebíades dos braços do vício, que lhe rendeu elogios mesmo dos outros competidores. Desta fase são também Petrus ad Vincula, na Igreja de São Pedro no Rio, e A carioca. Logo em seguida retornou à Europa para mais uma temporada de estudo, produzindo um São Marcos, a Visão de São Paulo e a Cabeça de São Jerônimo, além de outros quadros, e defendendo tese na Faculdade de Ciências da Universidade Livre do Partido Liberal em Bruxelas para obter o grau de Doutor em Ciências Naturais, sendo aprovado com mérito e indicado professor adjunto. A prova foi noticiada em diversos jornais brasileiros e belgas em termos sumamente laudatórios, assumindo um caráter de acontecimento científico.
Voltando para seu país, passou antes por Portugal, onde em fins de 1869 casou com Carlota de Araújo Porto-alegre (1844 - 1918), filha de Manuel de Araújo Porto-alegre, então cônsul brasileiro em Lisboa, e com ela teve mais tarde três filhos. Chegou ao Rio no início do ano seguinte e passou a dedicar-se ao magistério na Academia e à pintura, iniciando um período fértil em grandes realizações, com as telas Batalha do Campo Grande, Ataque da Ilha do Carvalho, o Passo da Pátria e diversos retratos, incluindo dos imperadores Pedro I e Pedro II e do Duque de Caxias.


Consagração

Também neste período começou os esboços para uma que seria das suas maiores obras-primas, a enorme Batalha de Avaí, que só viria a ser concluída em 1877 e que é uma das peças capitais do nacionalismo romântico e do academismo no Brasil. Quando exposta pela primeira vez em Florença, ainda incompleta, a composição causou sensação entre os conhecedores de arte que estavam reunidos em grande número na cidade para as comemorações do centenário de Michelangelo. A obra, e um discurso que proferiu em duas línguas diante da estátua de David do mestre da Renascença, espalharam sua fama por toda a Europa, sendo celebrado em uma multidão de artigos e notícias como um dos maiores pintores de seu tempo. O governo italiano, ecoando os louvores generalizados, solicitou ao artista um retrato para que figurasse junto dos luminares da arte de todos os tempos na galeria de retratos dos Uffizi, sendo exposto entre os de Ingres e Flandrin, seus próprios mestres.

Ainda em Florença realizou muitas outras pinturas, das quais se destacam A Batalha de San Martino, A noite acompanhada dos gênios do amor e do estudo, Joana D'Arc e O voto de Heloísa. Entre 1885 e 1893 deslocou-se diversas vezes entre Europa e Brasil, terminando a Batalha de Avaí e outra obra de grande vulto, a Proclamação da Independência, e peças menores. Neste ínterim foi eleito em 1890 deputado junto ao Congresso Constituinte por Pernambuco.

Conseguiu manter seu prestígio junto ao governo quando proclamou-se a República, mudança que levou ao ostracismo o outro grande mestre acadêmico de sua geração, Victor Meirelles, e para o novo regime produziu obras emblemáticas como o Tiradentes esquartejado, além de Honra e Pátria e Paz e Concórdia, seu último trabalho.

Falecendo em Florença, vítima da beribéri que o afligia desde a infância, praticamente cego e empobrecido com a crise financeira nacional causada pelo Encilhamento, seu corpo foi transladado para o Rio de Janeiro, e depois de exposto durante vários dias no Arsenal de Guerra, foi provisoriamente sepultado em janeiro de 1906, no Cemitério São João Batista, depois enterrado definitivamente em sua cidade natal, Areia, onde foi erguido um monumento. A casa onde nasceu hoje é um museu dedicado à sua memória, a Casa Museu Pedro Américo.


Distinções

Pedro Américo em vida recebeu as honrarias de Cavaleiro da Coroa da Alemanha e de Grão Cavaleiro da Ordem Romana do Santo Sepulcro.


Plágio

Vários estudiosos da arte acusam-no de plágio em O grito do Ipiranga em que haveria copiado a estrutura pictórica — a composição da cena — de Friedland, 1807 (Napoleon at Friedland) de Jean-Louis Meissonier, obra de 1875. Há, à parte da óbvia posição idêntica de D. Pedro I e de Napoleão, no quadro, algumas importantes diferenças. No quadro de Meissonier, a carga de cavalaria que galopa para o combate está em primeiro plano e é tão importante quanto às figuras dos imperadores; também o quadro do francês é muitíssimo menor, sendo obviamente pensado para uma diferente forma de apreciação. Ademais há muitas diferenças conceituais: Meissonier era um pintor realista, com uma atenção imensa aos detalhes históricos, Pedro Américo era um romântico tardio, que não exitava em alterar seus modelos para permitir a representação simbólica que julgasse apropriada. É, no entanto, possível que Pedro Américo tenha tido acesso a um esboço do trabalho de Meissonier (que teve uma gestação muito longa, de cerca de doze anos) durante seus anos de estudo na França, e usado aquele como inspiração.

Academia Paraibana de Letras
É patrono da cadeira número 24 da Academia Paraibana de Letras, que tem como fundador Horácio de Almeida. Atualmente é ocupada por Evaldo Gonçalves de Queiroz.

Quadros mais conhecidos
A Batalha do Avaí
A Batalha do Campo Grande
A Fala do Trono
Independência ou Morte
Paz e Concórdia
Tiradentes esquartejado


Fonte: Wikipedia



Luciano Soares


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