Os agricultores familiares de três comunidades rurais do município de
Mamanguape, Litoral Norte, estão sendo preparados pelo Governo do
Estado, por meio da Emater Paraíba, para comercializar sua produção
agrícola junto ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e
Programa de Aquisição de Alimentos
(PAA). Na manhã desta quarta-feira (10), houve uma visita a uma Unidade
Familiar Produtiva de hortaliças e frutas na Fazenda Caramatuba.
Um dos pontos principais que os agricultores elogiaram foi a forma
como o grupo comercializa sua produção. “Marcamos a entrega dos produtos
para um único dia, usando o mesmo transporte. Isso reduz os custos, que
é divido entre todos”, afirmou José Carlos da Silva, presidente da
Associação Comunitária dos Hortigranjeiros em Camaratuba. Sobre a
comercialização aos programas de compras governamentais, ele informou
que depois que passaram a vender ao Pnae e PAA estão livres da ação de atravessadores e as entregas nas escolas estão sendo feitas no dia marcado.
Ao
final do encontro, o presidente da Associação dos Agricultores da
Comunidade Mendonça, Otávio Costa de Lima, disse que o intercâmbio foi
proveitoso porque os agricultores conheceram como são tratados os
produtos e que poderão aplicar os ensinamentos na produção de sua
lavoura. O agricultor familiar Abel Santos da Silva comentou que a
aprendizagem será útil, pois fará o melhor aproveitamento das áreas
plantadas e aperfeiçoará o modo de comercialização.
Quem também falou sobre a visita e a possibilidade de ampliação da
negociação dos produtos agrícolas foi o agricultor Antônio Ambrósio da
Silva, da comunidade Curralinho, para quem “vale a pena comercializar a
produção ao Pnae”, mas defendeu que a percentagem mínima passe dos
atuais 30% para, ao menos, 50%.
Outro
assunto muito discutido entre os agricultores foi a questão da
utilização de defensivos químicos na produção. Segundo eles, a Emater
tem orientado a todos para não adotar essa prática e produzam alimentos
saudáveis. “Temos a preocupação para não usar produtos ofensivos à saúde
das pessoas.
Trabalhamos para colocar nas escolas produtos limpos para
evitar reclamações e até punição”, garantiu Ambrósio.
A excursão técnica com extensionistas contou com a participação de
professores e alunos de escolas públicas das comunidades, merendeiras e
membros do Conselho Municipal de Alimentação Escolar (Consea).
O diretor técnico da Emater, Francionildo Araújo (Peninha) participou
do encerramento das palestras e destacou o papel da empresa no processo
de conscientização dos agricultores para a produção agrícola saudável,
lembrando que a recomendação dos dirigentes da empresa (Geovanni
Medeiros como presidente e Erasmo Lucena como diretor da área técnica) é
no sentido de que os agricultores tenham o assessoramento necessário
para o desempenho de suas atividades.
A
equipe que organizou a excursão para troca de experiência foi composta
de Paulo Amaral e Maria Betânia Lima, de Mamanguape, com a participação
dos extensionistas Ednet Freire e Eidy Simões, do escritório da Emater
em Rio Tinto, e de Osório Vieira, da Baia da Traição, com supervisão de
Keyla Leal Deininger Evangelista, chefe do escritório regional da
Emater.
Após palestra proferida pelos técnicos Ednete Freire e Paulo Amaral
sobre Planejamento da Produção e Acesso a Políticas Públicas de
Comercialização, os participantes da excursão visitaram uma Unidade
Familiar Produtiva (UFP), onde agricultores fornecedores do PAA e Pnae
produzem macaxeira, inhame, batata-doce, frutas e hortaliças diversas
como coentro, cebolinha, pimentão, tomate e cenoura, todos cultivados sem uso de agrotóxicos ou aditivos químicos.
Segundo levantamento da Emater, o município de Mamanguape tem grande
potencial de produção e os produtos de maior representatividade
econômica, em torno de 70%, são: abacaxi, inhame, macaxeira, batata-doce
e acerola. Os 30% restantes são para o cultivo de banana, mamão e
melancia. Atualmente, a Emater assessora 35 famílias agricultoras
fornecedoras, sendo 18 integrantes do Pnae municipal e 10 do Pnae
estadual.
Luciano Soares
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