Aberto ao diálogo, o professor Rangel
Junior, reitor da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), se reuniu na
manhã desta sexta-feira, 1º de março, com o comando de greve dos
servidores técnico-administrativos e docentes. As duas reuniões foram
realizadas no Gabinete do reitor, em Bodocongó.
Inicialmente, Rangel Junior se reuniu
com representantes do Sindicato dos Trabalhadores de Ensino Superior da
Paraíba (SINTESP-PB) e, na sequência, com os representantes da
Associação de Docentes (ADUEPB). Nas reuniões, ele reafirmou que
respeitava a decisão de greve das categorias e que não iria criar nenhum
obstáculo político com os sindicatos. “Agora, na condição de gestor,
tenho que deixar claro qual a situação da Universidade e qual o meu
papel nesse processo”, observou.
Ele
ouviu atentamente as reivindicações e disse que estava fazendo ajustes
administrativos na Instituição. No tocante ao reajuste solicitado pelas
categorias, Rangel Junior reafirmou que todos os cálculos feitos e as
projeções para os próximos 12 meses não permitem a Reitoria apresentar
nenhuma proposta de reajuste no momento. De acordo com o reitor, o
orçamento previsto para este ano é de R$ 231 milhões – aquém do esperado
– o que inviabiliza qualquer reajuste.
Ele enfatizou que só teria condições de
fazer alguma proposta atendendo reivindicações da categoria, se houvesse
um novo aporte financeiro na Instituição, recuperando inclusive
recursos de orçamentos passados. “Todos os cálculos e projeções apontam
para uma incapacidade financeira da UEPB no momento”, disse o reitor.
Rangel
Junior garantiu, ainda, que continuará discutindo e apresentando novos
dados, novos cálculos e projeções de folha de pagamento, inclusive com
novas alternativas que assegurem benefícios a todos os servidores
técnico-administrativos e docentes, mesmo que não seja em forma de
reajuste salarial. “Por enquanto, o que tem ficado muito claro é que o
orçamento que nós temos disponível não permite nenhum reajuste nesse
momento”, ressaltou.
O
reitor observou que a folha de pessoal da Universidade compromete 80%
do orçamento e que os recursos disponíveis para custeio este ano não são
suficientes. Lembrou que a folha teve um acréscimo de 20% no ano
passado, devido às novas contratações dos concursados e das progressões
que a categoria obteve em função dos planos de cargos e carreira e
remuneração. “Quero que fique claro que não contesto a data base e que
respeito o direito dos servidores técnicos e docentes. A reposição de
perdas deve ser feita, mas com parâmetros reais”, salientou.
Ao final, os comandos de greve
prometeram levar o resultado do encontro para as assembleias das
categorias que serão marcadas na próxima semana. Uma nova audiência foi
agendada para a próxima sexta-feira (8).
Luciano Soares
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